Martha Medeiros
Adaptação do
texto publicado na Revista O Globo em 22/04/2012
Muita gente diz
que adora viajar, mas depois que volta só se recorda das coisas que deram
errado. Sendo viajar um convite ao
imprevisto, lógico que algumas coisas darão errado, faz parte do pacote.
Alguns fazem um
safári na Namíbia e estão mais preocupados com os mosquitos do que admirar a
paisagem. Outros estão diante das
geleiras da Patagônia e não refletem sobre a imponência da natureza. Outros visitam Ouro Preto e não se emocionam
com o tesouro da arquitetura barroca, mas se queixam das ladeiras.Viajar sem estar informado sobre o destino escolhido é bem parecido com não ir. Ser turista é não ter vergonha de se entregar ao local visitado. É muito bom ficar numa cidade estrangeira e adquirir hábitos comuns aos nativos para se sentir mais próximo da cultura local. Então, estando lá, que nos rendamos ao inesperado, ao sublime, ao belo.
Nada adianta
levar o corpo para passear se a alma não sai de casa.