Rio de Janeiro

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terça-feira, 31 de março de 2009

Duas paralelas que se cruzam

Duas paralelas que se cruzam
Alberto Goldin – Revista O Globo


Poderosas forças gravitacionais impedem a aproximação, os plantetas nunca de chocam apenas, se cumprimentam à distância.
João e Maria, se observam temem um ao outro, se intuem em olhares perdidos e silêncios infinitos, porém sempre distantes, separados por abismos siderais.
Masculino e feminino se complementam. Não existe um sem o outro, mas eles, prisioneiros de suas fobias, jamais se encontram. Medo de que? De ser rejeitado? É evidente que são eles mesmos que impedem qualquer aproximação humana.
Penso nos poderes milagrosos dos sorrisos femininos. O sorriso da Maria foi o passaporte que liberou João, que por sua vez, mostrando simpatia ou amor por ela, rompeu a corrente que prendia à sua solidão. A fobia os enclausura nas suas próprias órbitas, porém as órbitas não são herméticas, têm saída. Por isso, é preciso sair das suas estradas de linhas curvas, colocar pontes no espaço, olhar nos olhos e sorrir. O medo passa.

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