Rio de Janeiro

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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Veteranos de Guerra

Adaptação do texto de Martha Medeiros

Depois de uma certa idade somos todos veteranos de alguma relação amorosa que deixou cicatrizes.
Há os que trazem marcas imperceptíveis a olho nu, são sobreviventes do que não lhes aconteceu: a irrealização de seus sonhos, é algo que machuca. São os veteranos da solidão.
Há os que viveram um amor de juventude que terminou por inexperiência ou imaturidade. Casa-se com outra pessoa, mas dói uma ausência do passado.
Há os que amaram em silêncio, sem se declararem, e trazem dentro do peito essa granada que não foi detonada.
Há os que se declaram e foram rejeitados, a granada estraçalhou tudo por dentro.
Há os que viveram amores ardentes, explosivos, saem com talhos na alma, porém, mais fortes do que antes.
Há os que preferem não se arriscar mantêm-se na mesma trincheira, escondidos da guerra, mas ela os alcança, deixando rugas e um olhar opaco, são as marcas que surgem por medo de se ferir optaram por não viver.
Há os que têm a sorte de um amor tranqüilo, estão ali para servir e não para brigar na linha de combate.
Há os que sofrem quando a guerra acaba, pois tinham um ideal, e agora não sabem o que fazer com a Paz.
Todos são convocados quando jovens. Mas é no desfile final que se saberá quem conquistou medalhas por bravura e em meio ao caos, as neuras, conseguiram manter o coração ainda batendo.

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