Martha
Medeiros-Revista o Globo
“Viajar
é um ato de desaparecimento” Paul Theroux
É
uma frase ambígua, pois parece verdadeira apenas do ponto de vista de quem
fica. O viajante desaparece para nós, aliás, desaparecia, pois atualmente ninguém
fica inalcançável, estamos todos à distância de uma teclada.
Para
o viajante é quando ele finalmente aparece para si mesmo.Viajar
é sair em busca dos nossos pedaços para integralizar o que costuma ficar
incompleto no dia a dia.
Road
movies me encantam porque dão protagonismo a tudo que alimenta nossa fantasia:
a liberdade, a música, a poesia, a natureza e o tempo estendido sem o
aprisionamento dos relógios, dos calendários, viajar é uma jornada de ida e
volta, nosso passado e futuro marcando encontro com o asfalto.
Entre
começar uma terapia ou se largar no mundo, comece experimentando a segunda
opção. Ambas levam para o mesmo lugar,
mas num consultório não tem vento no rosto, nem céu estrelado. Se não funcionar, aí sim, divã.